domingo, 28 abril, 2024
O grande irmão

Quando em 1949, o jornalista e romancista George Orwell publicou o seu livro “1984”, nem de longe alguém pensaria que teríamos tal desenvolvimento tecnológico, dentro dos nossos lares, que invadisse e destruísse a nossa privacidade. Hoje, o Grande Irmão está de olho em você no campo ou na cidade: “Sorria, você está sendo filmado!” Nos falta espaço para se esconder das câmeras, 15 segundos de sorte ou azar, fomos flagrados! Pior, além do reconhecimento facial, a ciência está tentando fazer o strip-tease das nossas mentes. Já não basta ouvir segredos pela voz, querem ler também os nossos pensamentos das coisas ocultas.
Criados à semelhança de Deus não nos foi dado esse atributo divino de onisciência, só a Ele pertence e nem ao diabo foi concedido, o máximo que o demônio pode é pensar o que pensamos quando nos expomos numa piscadela marota, num gesto, numa atitude ou num olhar maldoso. Na verdade, o homem não se conforma em ter sido criado à semelhança, ele quer mesmo é ser igual a Deus, e isso é antigo, desde o Éden: saber tudo, onisciência; interferir em tudo, onipotência; estar presente em tudo, onipresença.
O que a gente está vendo acontecer é um pequeno grupo de homens extremamente ricos, interferir nas redes sociais de informação como árbitros, financiadores e moderadores. Muitos bilionários vêm investindo em jornalismo: Marc Benioff comprou a revista Time em 2018; Bill Gates, fundador da Microsoft, financiou a rede pública de rádio NPR. Elon Musk, se vingar o acordo de compra da Twiter, já manifestou o desejo de afrouxar a censura do conteúdo público na rede junto com Mark Zuckerberg que manda nos algoritmos e na moderação do Facebook, Instagram e WhatsApp.
Manter a integridade mental num mundo humanista que deseja devorar os valores espirituais, morais e éticos, herdados da fé, necessário se faz, além de ter Jesus como Salvador, tê-Lo também como Senhor da tua vida. O Deus Pessoal que cuida do corpo, da mente e do espírito impede a ação do devorador. Em 1945, o escritor inglês George Orwell, teve seu livro “A Revolução dos Bichos”, lançado como sátira política, considerado um dos 100 melhores romances da língua inglesa pela revista americana Time. A frase: Todos são iguais, mas alguns são mais iguais que os outros, emitida pelo porcão-chefe, do palanque, para o proletariado suíno.
A personagem principal da história, Napoleão, é baseada no líder da União Soviética Josef Stalin, e o seu nome ao imperador francês Napoleão Bonaparte , como libelo contra o totalitarismo. Napoleão se sentindo dono da situação, quer o poder absoluto. Isso nos remete ao tempo atual, se iguala ao novo “czar” da Rússia, Putin. Napoleão, o porco líder, promove a revolução, elimina seus adversários, promove um socialismo democrático, e logo implanta uma ditadura, onde os porcos e outros bichos, sem a proteção do Partido, não podem mais expressar seu ponto de vista, sem liberdade de expressão. Foi criada uma república na granja, e o porco Napoleão sendo candidato único, lógico, ganhou a eleição. Depois a comida ficou cada vez mais escassa, mas não para os porcos privilegiados pelo poder, deixando os outros animais de fora separavam para si, e a família, o melhor. Qualquer semelhança com o socialismo é mera coincidência.
Entre o poder e o amor, o homem natural escolhe o poder. Conta-se de um diálogo entre Stalin, já no cargo de primeiro-ministro, com sua mãe: “Mamãe, lembra-se do nosso czar Nicolau?” “Claro!” “Pois bem, de certa forma sou o novo czar …” A mãe, ainda, em lembrança da recente execução da família imperial Romanóv, em 16 de julho de 1918, pelos bolchevistas, respondeu: “Pondo tudo na balança, você teria feito melhor virando padre.” Nosso mundo de hipocrisia gera a desconfiança que necessita da vigilância alicerçada no poder centralizado e governado pela mão cruel de um ditador. Stalin, em seu tempo de governo da União Soviética, é exemplo disso, mais de cem milhões de vidas pereceram por causa das suas atrocidades.

Dr. Mauro Jordão é médico ginecologista.

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