
O infarto agudo do miocárdio é uma das principais causas de internação e morte no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde. Entender os sinais e saber como agir de forma rápida pode salvar vidas. Sua causa é a diminuição ou o fechamento total do fluxo de sangue das artérias coronárias, responsáveis por levar o sangue para o coração (miocárdio). Quando isso acontece, pode resultar numa necrose do músculo cardíaco e a vários tipos de sequelas, como arritmias e insuficiência cardíaca.
Ao perceber algum sintoma de infarto, o mais prudente a fazer é encaminhar o paciente ao Pronto-Socorro. Lá, será realizado o eletrocardiograma e alguns exames laboratoriais (para verificar as enzimas cardíacas). Com essas informações, o médico poderá determinar o diagnóstico do infarto e a necessidade de exames invasivos de urgência.
Sintomas
A dor no lado esquerdo do peito, em geral, ocasionada durante o exercício físico ou em período de estresse intenso, é o sintoma mais característico. Ela pode se espalhar para a mandíbula, abdome, costas ou braços. Apesar de muito comum, essa dor nem sempre está presente. Sintomas como suor excessivo, náuseas, tontura, formigamento nos braços, queimação na região do estômago sem relação com a alimentação e falta de ar também podem surgir. Além disso, os sintomas podem variar entre homens, mulheres, jovens e idosos. Apesar do infarto ocorrer com mais frequência entre os homens, cresce cada vez mais o número de mulheres infartadas, em especial após a menopausa. No caso delas, um sintoma comum são os desconfortos abdominais.
Existem raras situações em que os sintomas característicos do infarto e as alterações agudas em exames complementares estão presentes, porém não há obstruções nas artérias coronárias detectadas pelo cateterismo. Essa é chamada Síndrome do Coração Partido (ou Síndrome de Takotsubo), que ocorre após períodos de estresse intenso, como luto familiar, problemas financeiros ou amorosos. A evolução, geralmente, é benigna, com bom prognóstico. Lembrando que, cada pessoa deve realizar exames específicos para identificar a doença, conforme a avaliação médica.
Prevenção
Ter hábitos saudáveis como alimentação equilibrada e exercícios físicos, é a principal forma de prevenção. Sem contar que a realização de exames cardiológicos complementares deve ser considerada não só como check-up, mas como acompanhamento de doenças crônicas, que podem evoluir de forma silenciosa.
A prevenção do infarto depende ainda do controle de vários fatores de risco, como: hipertensão arterial e diabetes, tabagismo, colesterol ou triglicérides elevados, stress emocional e o consumo excessivo de álcool. Entre os exames preventivos estão: eletrocardiograma, ecocardiograma, teste ergométrico, o Holter, o MAPA (Monitorização Ambulatorial da Pressão arterial), a cintilografia miocárdica, a angiotomografia, a ressonância magnética e o cateterismo cardíaco.
Reabilitação
Após um infarto e todos os efeitos de uma internação hospitalar, aos poucos a pessoa deve retornar à vida normal. Com o passar do tempo, os riscos de complicações vão diminuindo e o exercício físico deve ser reintroduzido. Porém, a reabilitação deve ser avaliada por um médico de forma individual, considerando as particularidades de cada paciente, conforme a extensão, o tipo de infarto e o histórico. Cada pessoa que sobrevive ao infarto ganha uma segunda chance de viver. Nesse ponto, o estilo de vida é o principal item a ser melhorado.
Rogério Tiossi é cardiologista clínico e intervencionista, especialista em procedimentos cardíacos minimamente invasivos. CRM 82160.
Clínica: R. Cincinato Braga, 340, São Paulo (SP) – Tel. (11) 5039-1938 e 97101-7960.