Parada cardiorespiratória e reanimação cardíaca para leigos

Nesta edição escrevo sobre os aspectos básicos da ajuda imediata de um leigo, como estarem preparados para a emergência decorrente de uma pessoa em estado de parada cardíaca. O objetivo é discorrer sobre os primeiros socorros, técnicas de ressuscitação cardiopulmonar e o uso de desfibrilador externo automático. Uma parada cardíaca, ou parada cardiorrespiratória (PCR), é a perda súbita e inesperada da função cardíaca e respiratória. Com a parada da atividade mecânica do coração, os sinais de circulação também param. Essa situação é grave e pode levar à morte, sendo fundamental, portanto, garantir rapidamente a retomada da circulação e oxigenação.
O infarto agudo do miocárdio é a principal causa de parada cardíaca, porém as arritmias cardíacas, o Acidente Vascular Cerebral, a embolia pulmonar e outras causas decorrentes de diversos males. O uso de drogas ilícitas também pode levar a uma parada cardiorespiratória.

O que fazer quando a pessoa tem uma parada cardíaca?
O que acontece nestas situações é a interrupção do fluxo de sangue e oxigênio para os órgãos que podem causar danos cerebrais irreversíveis e levar à morte. Por exigir uma resposta imediata muitas vezes é crucial saber reconhecer e agir pois a intervenção imediata pode salvar vidas. Sabe-se que a taxa de sobrevida após uma parada cardíaca pode triplicar quando a reanimação é realizada com alta qualidade e de forma precoce.

Identificando a parada cardíaca
É possível para o leigo reconhecer a situação de uma parada cardíaca quando a pessoa está inconsciente e, portanto, sem atender aos chamados verbais. É necessário verificar a ausência de respiração e de pulso, confirmando a falta de batimentos na carótida do pescoço ou no pulso.

  • É aconselhável recorrer a uma ajuda externa, ligando para o SAMU que atende no número 192 chamando de qualquer aparelho, seja telefone fixo ou celular.
  • Iniciar as manobras de reanimação e prosseguir até a chegada do desfibrilador externo automático.


Manobras de reanimação
São compressões torácicas que podem salvar a vida da pessoa com parada cardíaca.

  • Manter-se com os joelhos no chão, ao lado dos ombros da pessoa que teve a parada cardíaca, a qual deverá estar deitada numa superfície rígida, como o chão.
  • Verificar se as vias aéreas estão desobstruídas.
  • Manter livre o tórax.
  • Colocar as mãos entrelaçadas na região embaixo do mamilo esquerdo, numa linha imaginária que passa pelo meio dos mamilos com o esterno, que é o osso central do tórax. Estender os braços e mantê-los eretos, sem dobrar, com a base da palma da mão dominante diretamente sobre o ponto de compressão. Deixe que o peso do corpo auxilie na produção de pressão.
  • As compressões devem ser feitas de 100 a 120 vezes por minuto, numa profundidade de 5cm, permitindo que o tórax retorne por completo entre uma compressão e outra.
  • A ventilação ou respiração boca a boca pode ou não ser realizada. Vários estudos demonstraram que a eficácia das compressões versus compressões com ventilação boca a boca é semelhante.
  • Deve-se fazer duas ventilações a cada trinta compressões torácicas: inclinar a cabeça e elevar o queixo com o auxílio de dois dedos, tapar as narinas para que o ar ofertado não saia pelo nariz e soprar o ar dentro da boca por 1 segundo.
    De acordo com a legislação de cada estado e município, recomenda-se que em ambientes de grande circulação de pessoas seja disponibilizado o Desfibrilador Externo Automático, assim como manter equipes treinadas a usá-lo. É caso de estádios, supermercados, aeroportos, clubes, escolas, estações de metrô, terminais de transporte público etc.

Edição 238

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