quarta-feira, 6 novembro, 2024
Uma boa reforma política

No Brasil, grande parte das instituições foi sequestrada por grupos de interesse que se beneficiam delas, ao invés de representarem quem deveriam. Como consertá-las? Simples: verificando se quem elas deveriam representar está disposto a pagar por elas. Se estiver, temos um sinal inequívoco de que sua contribuição à sociedade é superior ao seu custo. Caso contrário, o sinal é claro que elas foram apropriadas e não cumprem seu papel. Para isso acontecer, basta dar aos representados por elas o direito de escolher financiá-las ou não.
A Reforma Sindical de 2017, que fez parte da Reforma Trabalhista deixa claro o caminho. Até 2016, os trabalhadores eram obrigados a contribuir para sindicatos. Anualmente, transferiam, dos seus bolsos, R$ 3,5 bilhões para controle dos sindicalistas. A contribuição aos sindicatos tornou-se opcional.
Os trabalhadores ganharam o direito de contribuir apenas para os sindicatos que acreditam que, realmente, prestam um serviço que justifique ma contribuição.
Desde então, o valor que os trabalhadores transferem aos sindicatos caiu para R$ 65 milhões. Os trabalhadores passaram a ter R$ 3,5 bilhões a mais, por ano, para gastarem como bem entenderem. Com a queda de seus recursos, alguns sindicatos fecharam; outros se consolidaram. Ainda assim, de acordo com o Ministério do Trabalho, há neste momento, no Brasil, um total de 16.431 sindicatos, sendo 11.257 de trabalhadores e 5.174 de empregadores.
O Fundo Eleitoral e o Fundo Partidário precisam ser imediatamente extintos. A contribuição sindical obrigatória beneficiava sindicalistas, não os trabalhadores. Os fundos Eleitoral e Partidário beneficiam os políticos, não nós eleitores, que pagamos por eles. Com a eliminação destes fundos, poucos políticos e partidos, só os que realmente merecem ser financiados, receberiam recursos voluntários. A grande maioria desapareceria. Os brasileiros teriam R$ 6 bilhões a mais nos bolsos para gastarem como quiserem em anos de eleições e R$ 1 bilhão a mais nos anos sem eleições.
Acabar com contribuições obrigatórias para sindicalistas e políticos não significa ser contra eles ou que todos os sindicalistas e políticos sejam ruins. Gosto de futebol, mas não acho que todos os brasileiros deveriam pagar uma contribuição obrigatória aos clubes de futebol. Quem quiser que vá aos jogos, compre a camisa do seu time ou se torne sócio torcedor. A situação com relação a sindicatos, partidos e políticos é exatamente a mesma.

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Ricardo Amorim é autor do bestseller Depois da Tempestade, Influenciador latino-americano mais seguido no LinkedIn e Top Voice Influencer do LinkedIn no Brasil, economista mais influente do Brasil segundo a revista Forbes e único brasileiro entre os melhores palestrantes mundiais do Speakers Corner. Siga nas redes sociais: Linkedin: ricardoamorimricam Instagram: ricamorim Facebook: ricardo.amorim.ricam Twitter: Ricamconsult

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