Sempre procurando

 O ser humano é curioso em muitos aspectos, mas talvez nada o defina mais do que sua busca incessante por felicidade e realização. Desde cedo, caminhamos entre desejos e frustrações. Quando crianças, sonhamos crescer; ao chegar à adolescência, queremos logo ser adultos. Já adultos, descobrimos que a leveza e o vigor da juventude tinham seu próprio encanto. E quando, enfim, alcançamos a fase da aposentadoria, percebemos que a quietude esperada pode se tornar inquietação, e passamos a sentir falta do ritmo intenso de outrora.

O ciclo se repete em diferentes áreas da vida. Buscamos o casamento como promessa de plenitude e, depois, alguns acreditam que a liberdade da separação traria essa mesma plenitude. Almejamos um grande emprego, mas ao conquistá-lo surgem novas ambições. Desejamos abundância financeira e, quando ela chega, percebemos que a simplicidade também tinha seu valor. Parece sempre faltar algo – como se a linha de chegada se movesse a cada passo.

Não há problema em desejar prosperar, constituir família ou conquistar bens. Esses caminhos fazem parte da vida. Porém, a sensação recorrente de incompletude revela que as conquistas externas, por mais legítimas que sejam, não saciam por inteiro. Busca-se, conquista-se, e ainda assim, permanece um espaço vazio.
Há, dentro de cada pessoa, um anseio que nada puramente material consegue preencher. Um vazio que aponta para algo maior – para Aquele que nos criou. Quando tentamos encontrar satisfação apenas nas circunstâncias, os altos e baixos da vida nos desestabilizam. Mas quando reconhecemos a presença de Deus e vivemos alinhados à Sua vontade, descobrimos força para atravessar as adversidades e contentamento mesmo nas fases difíceis. A verdadeira realização não nasce do que adquirimos, mas de quem nos guia. A plenitude não está em ter tudo, e sim em estar com Aquele que é tudo. É n’Ele que a inquietude cessa e a alma encontra descanso.

Edição 244

Clique na capa para ler a revista

O que deseja pesquisar?