Há pessoas que se encantam com a ociosidade. Inclusive, há cristãos, também, que, interpretando mal a prescrição escriturística, entregam-se à ociosidade e dizem estar cumprindo com o que Cristo ensinou.
O fato é que a vida exige de cada um de nós, muito mais que isso: trabalho, dedicação, esmero e produção com boa produtividade em vários sentidos. De outra banda, é válido citar que o ócio na medida correta faz bem à saúde física e mental do indivíduo, mas o difícil é ter discernimento para dimensionar quanto de trabalho e quanto de ócio devemos aplicar em nossas existências.
Em Mateus 6, Jesus ensina que não adianta vivermos ansiosos, desesperados com o que havemos de comer ou nos vestir porque se Deus não nos conceder, não será só com o nosso esforço que isso alcançaremos. Ou seja, Deus é provedor, e se dá alimento e roupa para o pássaro e à flor, quanto mais a nós, obra-prima de Sua criação?
Nesse texto Cristo alerta para que não foquemos cem porcento de nossos esforços em garantir a nossa subsistência, mas que nos lembremos do Reino de Deus, em primeiro lugar, ou seja, que almejemos a vida futura e eterna, vivendo aqui, dignamente, que Ele providenciará para o que for necessário à nossa subsistência. Isto quer dizer que, enquanto vivemos, não devemos desprezar a Sua vontade revelada nas Santas Escrituras, mas, sim, cumpri-la, e com isto estaremos tranquilos quanto à manutenção do nosso curso. Isso, de maneira nenhuma, implica o ócio exacerbado: “Ah, como todas as coisas me serão acrescentadas, se primeiro eu buscar o Reino de Deus, e como o busco, então, vou sentar e descansar, dormir e toscanejar, sem nada precisar fazer!”. Que tolice!
A Bíblia condena a preguiça e, por conseguinte, estimula o trabalho dosado e necessário: “Vai ter com a formiga, ó preguiçoso, considera os seus caminhos e sê sábio.” Pv 6: 6; “A preguiça faz cair em profundo sono, e o ocioso vem a padecer fome.” Pv 19: 15; “Atende ao bom andamento da sua casa e não come o pão da preguiça.” Pv 31:27 e “Pela muita preguiça desaba o teto, e pela frouxidão das mãos goteja a casa.” Ec 10: 18. Ociosidade ou ativismo? Nem um, nem outro: mas sim, equilíbrio! Devemos viver sem deixar de fazer a nossa parte, mas, mais que isto, sem nunca nos esquecermos de que Deus é o grande provedor: viver demonstrando amor por Ele e por todos os que nos são próximos!



