sexta-feira, 21 março, 2025
Princípios testados

Dizem que certa vez, Winston Churchill tomou um táxi para ir a uma entrevista na BBC, em Londres. Ao descer, pediu ao taxista que esperasse alguns minutos. O motorista que não o tinha reconhecido, respondeu com entusiasmo: “Não posso esperar, senhor, porque tenho que ir para casa ouvir o discurso que Churchill vai fazer na rádio”. Após o momentâneo orgulho inicial, Churchill aplicou o teste de fogo: silenciosamente, sacou da carteira uma nota de dez libras esterlinas e deu-lhe como gratificação. Ao ver aquela significativa quantia oferecida, o taxista respondeu:”Vou esperar o tempo que for, senhor, e que Churchill vá para o inferno!”
O lendário primeiro-ministro inglês refletiria assim, ao se lembrar do episódio: “Os princípios foram modificados pelo dinheiro. Nações vendidas pelo dinheiro, honra vendida pelo dinheiro. Irmãos se vendem por dinheiro e até almas se vendem por dinheiro … quem deu tanto poder ao dinheiro, que fez dos homens seus escravos? Por que não percebemos que o amor ao dinheiro está acabando com a dignidade humana? Dinheiro pode comprar uma cama, mas nunca um sonho, pode comprar uma posição, mas não o respeito, comprar livros, mas não a inteligência. Quem acha que dinheiro faz tudo, acaba fazendo tudo por dinheiro.”
A lição é providencial, mas observemos, também, o que prescreve o apóstolo Paulo em sua primeira carta ao jovem pastor Timóteo: “Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males …” 1Tm 6:10ª. É preciso salientar que não é o dinheiro que é a raiz dos males, mas o amor a ele.
Precisamos ser muito firmes e demonstrar honra e dignidade quando temos à nossa frente uma boa proposta financeira ou mesmo de poder que confronta os nossos valores. Se deixarmos que a sedução natural nos domine, certamente, sucumbiremos, de modo que a vigilância constante é imprescindível.
Muitos estão dispostos a negociar seus princípios para satisfazer a vontades momentâneas: preferem o prazer efêmero e ilegítimo a uma postura equilibrada e digna. Assim, precisamos mover o nosso querer e nunca ser por ele movidos, inadvertidamente. Que nunca negociemos valores que regem a nossa existência e marcam o nosso caráter, mas que os defendamos até à morte, para o nosso bem, assim como dos que nos cercam.

Leonel Zeferino é empresário.

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