sábado, 27 abril, 2024
Boas férias, de tudo que é de mais!

Férias é considerado um período de descanso do trabalhador, 12 meses após seu trabalho. No universo escolar, período de pausa para professores e alunos. No inconsciente coletivo, dia de deixar as preocupações do cotidiano de lado.
As férias, do ponto de vista social, marca o tempo. Depois de transcorridos meses e semanas de trabalho e aprendizagem, professores e alunos, e algumas vezes as famílias, param por um período de tempo para descansar, renovar as suas energias, para então voltar. Saem da rotina, buscam alternativas para se divertir, sentir felicidade e êxtase.
As férias sempre me causaram curiosidade, pois é a dicotomia, senão polaridade do descansar, que faz também o cansaço existir. Não deveria, senão a escola, ser um espaço de promoção do desenvolvimento humano e suas potencialidades? Acontece que, ao contrário, nosso sistema educacional reforça o cansaço no aprendizado dos conteúdos e de provas que, por sua vez, são as mais responsáveis, se não únicas nesse processo, por definir a capacidade do ser humano.
Esse sistema enfraquecido e às avessas é pauta de discussão de muitos assuntos, artigos e livros. Pois quero aqui voltar ao tema férias e refletir sobre essa pausa no tempo que em nada faz ele parar.

Afinal, o que fazer nas férias?
Depois de um árduo primeiro semestre, nós, educadores, também estamos cansados e precisamos, como dizem por aí, recarregar as baterias. Não porque não aguentamos mais, ou estamos sobrecarregados com reclamações, dificuldades, projetos, ideias e vontades… ah, muitas vontades! Mas porque reinventar existe estudo, gasta energia, ainda mais em um ano de pandemia! Criamos história e nos envolvemos com a história de cada um, e, muitas vezes, esquecemos de escrever a nossa própria.
Por isso, já que agora são férias, de forma alguma queremos jogar a responsabilidade de volta para vocês pais, porque, de verdade, nunca a tiramos de vocês. Mas já que, provavelmente, estarão juntos por 1 mês, sugiro que passem mais tempo com seus filhos e os conheçam mais. Que viajem ou fiquem em casa, que acordem cedo ou tarde, que recebam visitas ou fiquem em família, que brinquem, que joguem o que preferir, até com um tabuleiro (pois eles ainda existem!), mas que não se esqueçam da importância de estarem juntos, mesmo que por pouco tempo, mas inteiros, de verdade, sem competições. Menos iPhone, menos iPad, menos tecnologia, mais olho no olho.
Um abraço, um café da manhã diferente, ou jantar sem a perversidade das informações e dos contatos diretos atrapalhando um momento que nem sei mais se nos damos conta da importância no dia a dia. Desejo ótimas férias, não da escola, porque essa não descansa. Desejo ótimas férias entre vocês, sejam elas como forem. Que vocês passem tempo juntos, uns com os outros, conhecendo o que cada um tem de melhor pra mostrar!
Conheçam-se mais e divirtam-se de verdade!
E pedindo licença ao grande poeta Mário Quintana que diz que “ a vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa. Quando se vê, já são seis horas! Quando se vê, já é sexta-feira! Quando se vê, já é Natal. Quando se vê, já terminou o ano. Quando se vê, passaram 50 anos. (…) Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio. Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas. (…) A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.”

Boas férias, de tudo aquilo que é de mais!

Richard Debre, professor, educador, empresário, consultor, sonhador.

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