sábado, 27 abril, 2024
O lago de fogo

Uma certeza nós temos, e não nos agrada, em saber que um dia teremos de passar pela morte física, mas a outra, cheia de fantasias, quando se fala do céu ou do inferno, abranda o medo de muitos do intangível, isto é, a existência após a morte. Muitos, de forma irresponsável, procuram negar que ela existe. Sendo assim, acham que suas más ou boas obras praticadas em vida sejam enterradas com eles num túmulo, ou virem cinza num crematório.
Em velório é comum que alguém, desejando confortar os familiares, exalte com palavras o passado das virtudes do morto, às quais possuímos todas, por cumprir as obrigações da família e da sociedade em que se vive. E no fim do falatório ainda afirma com todas as letras: “Este homem já está no céu!”
O texto de Efésios 2: 8-10 diz: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura Dele, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas”. Se com barganhas de boas obras pode-se entrar no céu, ele continuará vazio, porque lá o bilhete de entrada será a fé e não as obras.
Jesus, tendo diante de si uma multidão, falou sobre a maldição eterna, o inferno: “Digo-vos, pois, amigos meus: Não temais os que matam o corpo e, depois disso, nada mais podem fazer. Eu, porém, vos mostrarei a quem deveis temer: Temei aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno. Sim, digo-vos, a esse deveis temer”. Ele estava se referindo ao Deus de Justiça, sentado no Trono Branco, para julgar e condenar pelas obras os que não foram justificados pela cruz de Cristo. Lucas 12: 5. O termo “Lago de Fogo” e “Inferno” representa a mesma coisa. Hades (do grego) e Sheol (do hebraico) têm o mesmo significado: lugar provisório onde estão os mortos não salvos, somente em espírito, sem o corpo, à espera do Juízo Final. Apoc. 20: 11.
Só em Cristo há salvação; e não existe outro nome pelo qual importa que sejamos salvos. Aqui estamos abordando o tema do inferno bíblico e não daquele imaginado pela razão humana que o faz existir dentro do tempo e fora da eternidade. Deus fatiou a eternidade e nos deu o tempo quando criou os céus e a terra. Em gênesis temos o princípio do tempo e em apocalipse o fim, quando acontecer o retorno da eternidade, quando se dará a condenação eterna dos ímpios e a bem aventurança eterna dos justos na 2ª. Vinda de Jesus.
O que é eternidade? Duração contínua que não tem começo nem fim. Não havendo mais o tempo, os banidos da presença de Deus, julgados pela lei e não mais pela graça, não estarão separados do Criador por 1 minuto, por milhões ou bilhões de anos, mas de modo contínuo por toda a eternidade. Esquecem os que fogem da cruz que Deus não é somente amor, mas também justiça. Jesus quando crucificado olhou para o marginal convertido e afirmou: “Hoje estarás comigo no paraíso”. Lucas 23: 43. Jesus, e ele também, foram para esse lugar em espírito, pois seus corpos ficaram enterrados na terra.
Nesse lugar chamado de paraíso provisório estão aguardando, também em espírito, desde a antiguidade a 2ª. Volta de Jesus, aqueles que foram justificados pela fé. Jesus no 3º. dia, em espírito, acessa o túmulo e ressurge com corpo glorioso que, agora, terá por toda eternidade, assim como nós o teremos também após a 1ª. ressurreição dos mortos.
Jesus revelou que o inferno foi preparado para o diabo e seus anjos rebeldes e não para os homens, porém, em Adão todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus e sem a justificação pela fé na cruz de Cristo serão, também, lançados no lago de fogo. E ouvirão do Supremo Juiz do Trono Branco: “Apartai-vos de mim de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos”. Mateus 25: 41. Os anjos caídos coabitaram com as filhas dos homens e tiveram filhos. Gênesis 6: 2. Não guardaram o limite entre corpo celeste e corpo terreno e por causa desse pecado escabroso foram encarcerados para juízo num lugar chamado Tártaro.

Dr. Mauro Jordão é médico ginecologista.

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