sábado, 27 abril, 2024
A Reforma Protestante

Neste último 31 de outubro comemoramos 506 anos da Reforma Protestante. Ocorre que, embora o trabalho anterior, dos pré-reformadores como John Wyclife, John Hus e Jerônimo Savanarola tenha sido fundamental para embasar a ação do monge agostiniano Martinho Lutero, é este último considerado o pai da Reforma Protestante.
Inconformado, contundentemente, com diversos dogmas da Igreja Católica Romana, e, especialmente, com as indulgências, prática da época em que o perdão de Deus poderia ser comprado por dinheiro, Martinho Lutero afixou na parede da igreja do castelo de Wittenberg, Alemanha, em 1517, 95 teses que contestavam vários paradigmas da igreja, na época. Instado a se retratar pelo papa e pelo rei, não o fez, e disse que o faria apenas se, com base nas escrituras sagradas, suas posições fossem contestadas e ele, assim, convencido de que estaria errado. Em resumo, podemos afirmar que a base da Reforma Protestante é constituída de 5 pilares. Em latim: Sola Scriptura (somente a Bíblia Sagrada), Sola Fide (Somente a fé), Sola Gratia (Somente a graça), Solus Christus (Somente Cristo) e Soli Deo Glória (Glória, só a Deus).
Somente as escrituras: com vistas ao evangelho e à salvação do homem, tudo o que estiver contido na escritura é verdadeiro e nada do que estiver em outros escritos ou for dito, mesmo que por uma autoridade da igreja, que se contraponha à Bíblia deve ser considerado.
Somente a fé: as escrituras afirmam que o homem não pode fazer nada para ser salvo; este é um ato exclusivo de Deus que impinge ao ser humano a fé em seu coração.
Somente a graça: a Bíblia ensina que apenas pelo favor imerecido de Deus, largamente, discorrido em suas páginas, pode o homem ser salvo. Nenhuma obra sua tem qualquer influência na salvação.
Somente Cristo: “Porquanto, há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem” 1 Tm 2:5. Ou seja, apesar da relevância de Maria, a importância de apóstolos, considerados santos, a autoridade papal conferida pela Igreja Católica Romana, só crendo no sacrifício remidor de Cristo, e tendo-o como suficiente Senhor e Salvador em nossas vidas podemos ser salvos.
Glória, só a Deus: não devemos tributar glória a quem quer que seja, senão ao trino Deus, a quem, unicamente, devemos prestar culto e adoração, de modo que a adoração de outrem não consta nas escrituras. Eis, assim, um resumo de uma das principais ocorrências, se não, a principal, da Idade Moderna, e que implicou a existência das igrejas reformadas, separadas do catolicismo romano, as quais persistem, firmes, até hoje.

Leonel Zeferino é empresário.

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