domingo, 6 outubro, 2024
O (re)começo do ano letivo

O início do ano letivo é cheio de recomeços. Tomados pelo sentimento motivador das festas de final de ano, voltamos para casa, para o trabalho e para as nossas casas com vontade de fazer tudo ser melhor e, muitas vezes, diferente. As crianças e adolescentes, por sua vez, despedindo-se das tão aprazíveis férias voltam para o início de um novo ano letivo, em uma nova série, com novos amigos, novos professores e por vezes em outra escola.
Esse recomeço das relações discentes é fundamental na construção da experiência acadêmica e social dos alunos e, independente da idade, exige responsabilidade e um compromisso entre a família e a escola, principalmente em um ano no qual essas relações, por bastante tempo oscilaram em tempo e espaço, e constituíram-se de formas e em realidades diferentes em um mundo pandêmico.
Fato é que essa união existente por séculos precisa de expectativas claras e declaradas desde o início. A escola precisa definir onde quer chegar e as famílias precisam caminhar juntas nesses objetivos, e mais, identificá-los como seus também. Reestabelecer regras e combinados neste momento vai muito além de respeitar os horários, usar uniforme, deixar o celular na mochila e trazer todos os materiais para escola, por exemplo – esses são apenas elementos que ajudam na reconstrução de hábitos e rotinas deixados de lado (e questionados) por algum tempo.
“Para quem não sabe onde vai, qualquer caminho serve”, respondeu o gato à Alice quando ela o indagou por qual caminho deveria seguir, na famosa história infanto-juvenil de Lewis Caroll – Alice no país das maravilhas. Essas chances de recomeço, inclusive na escola, somente tornam-se realidade se tivermos clareza de onde queremos chegar, de quais os objetivos da escola, da família, mas principalmente do aluno. São muitos anos apostados em nome de métodos e promessas de sucesso, que na verdade exigem tempo e trabalho do professor e do aluno. E afinal, pra chegar onde e cumprir o propósito de quem?
Que 2022 (re)comece com expectativas claras e que a relação entre família, aluno e escola se estabeleça a partir delas, com propósitos bem definidos para que as decisões no meio do caminho façam mais sentido, incluindo o respeito aos prazos, as avaliações, as pesquisa e projetos que precisarão ser entregues a cada bimestre. E lembrem-se, não existe uma escola para cada aluno. A relação é um exercício de empatia, flexibilidade e resiliência.

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Richard Debre, professor, educador, empresário, consultor, sonhador.

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