segunda-feira, 7 outubro, 2024
As mães do século XXI
Dra. Vanessa Ramagem

Nós mulheres somos movidas por uma “orquestra hormonal” todos os meses. Por meio de nosso ciclo menstrual, nosso corpo se prepara para reprodução. Deus nos ama tanto, que confiou a nós e nos entregou a missão de formar um ser humano dentro do ventre. Também é nossa a missão de alimentá-lo dia e noite, dar banho, trocar fraldas… e equilibrar isso com as tarefas das mães do século XXI, de cuidar da casa, trabalhar fora, ser uma profissional excelente, cuidar dos familiares e amigos, ser esposa presente e muito mais! Cansa só de ler né? E todos os dias fica alguma coisa para trás, porque é humanamente impossível dar conta de tudo com perfeição! E está tudo bem! Diante de todas as mudanças fisiológicas, nosso dia a dia não pode parar na questão da maternidade e da representação da mulher na sociedade.

E internamente, o que acontece com NÓS, MULHERES?

   Uma avalanche de hormônios é a responsável pelas muitas alterações fisiológicas durante a gravidez, entre elas, a inevitável mudança de humor repentinas, inchaço, cansaço, constipação,  aumento da fome , enjoos e outros sintomas. Uma nova revolução hormonal ocorre no pós-parto. Ela comanda o organismo e interfere em emoções e comportamentos. A saída da placenta, um órgão produtor de hormônios muito potente, causa uma queda abrupta nas quantidades de estrógeno e progesterona, secretados em abundância durante a gravidez. Seus níveis só voltarão ao normal com o desmame. Nessa fase, a queda natural desses dois é sucedida pela subida da prolactina, o hormônio da amamentação. Os seios aumentam, a expectativa da amamentação é grande, o cansaço e a sonolência também, o corpo ainda sente as dores que podem ter restado do parto.

   Com tudo isso, não é raro não se reconhecer e entrar em desespero; se culpar por não dar conta de tudo é o mais frequente. A frase “nasce uma mãe, nasce uma culpa” é mais do que real. Ainda é nessa fase de maior fragilidade, que podem se manifestar uma série de alterações psíquicas, que vão desde o baby blues puerperal, uma tristeza e melancolia profundas, mas passageiras, até casos de depressão, compulsão e outros transtornos. Estudos mostram que essa orquestra hormonal se estabiliza após três meses do fim da amamentação.

   A visão do médico auxilia as mães e, também, os homens a compreender essas mudanças corporais, ajudando as mulheres passarem por essa fase de forma mais tranquila. Faz-se urgente essa discussão ampla e geral para que as mulheres possam se livrar da culpa. E, com isso, praticar a maternidade com liberdade e auxílio masculino. Portanto, sem cobranças e gerando crianças mais autônomas e felizes.

1 Comentário

Viviane Mundim dos santos 7 de junho de 2023 at 07:17

Somos mais fortes do imaginamos!

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