quarta-feira, 6 novembro, 2024
Transtornos de Ansiedade

Os Transtornos de Ansiedade, que já acometem grande parte da população adulta, afetando também crianças e adolescentes em menor escala (de 4 a 20%), teve um aumento vertiginoso após esses dois últimos anos em que vivenciamos a pandemia da Covid-19 e, especialmente, o isolamento social.
Durante a infância e a adolescência, tanto a família quanto a escola em suas dinâmicas, podem funcionar como fator de proteção ou fator de risco para o desenvolvimento de transtornos mentais, incluindo a ansiedade. E, nesses dois últimos anos, essas duas instituições ficaram muito afetadas.
Quando falamos de ansiedade, devemos pensar que ela tem quatro dimensões bem definidas de expressão de sintomas: emoções, comportamentos, pensamentos e o corpo (somatização). E, os principais medos incluem: medo de críticas ou de falhar; medo do desconhecido; medo de ser machucado ou de pequenos animais; medo de perigos ou de morte e medo de doenças físicas.
Dentre os principais tipos de ansiedade, encontramos: Ansiedade de Separação (ansiedade e preocupação excessiva em separar-se da pessoa amada, normalmente a mãe), Fobia Social (medo persistente relacionado à situações sociais), Ansiedade Generalizada (excessivas e múltiplas preocupações, com a presença de, pelo menos, uma queixa somática).
A ansiedade é normal e está presente em todos nós, passa a ser considerada patológica quando é intensiva, frequente e duradoura, causando sofrimento em quem é acometido e nas pessoas que convivem com ela.
Como em outros transtornos mentais, as causas da ansiedade não são totalmente conhecidas, mas acredita-se na combinação de variáveis biológicas e ambientais, onde a história de aprendizagem tem papel fundamental.
Cognitivamente, a ansiedade está relacionada a percepção não realista e a interpretações ameaçadoras dos fatos. A pessoa ansiosa apresenta uma distorção cognitiva conhecida como catastrofismo, ou seja, além de superestimar eventos externos, o ansioso subestima sua capacidade de enfrentamento a respeito de eventos negativos.
Uma das abordagens psicológicas mais utilizadas com eficácia para o tratamento da Ansiedade é a TCC (Terapia Cognitivo-Comportamental), tanto individual quanto em grupo. A Fobia Social mostra melhores resultados em terapia individual, por ser menos ameaçadora para a pessoa. Em muitos casos, a associação medicamentosa é recomendada.

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Luciana Garcia de Lima é psicoterapeuta cognitivo-comportamental (UMC e ITC), com formação em Terapia ABA (Gradual) especialista em Psicopedagogia (PUC-SP), Neuropsicologia e Reabilitação Neuropsicológica (HC-FM-USP) e Avaliação Psicológica (IPOG). Especializanda em Neurologia Clínica e Intensiva (Einstein). Mestre em Semiótica, Tecnologia da Informação e Educação (UBC). Doutoranda em Neurologia Infantil (HC-FM-USP). Atua em grupo de pesquisa em Neuropediatria voltado para TDAH e Autismo (HC-FM-USP) e é autora dos livros “A negação da Infância” e “Autismo: práticas e intervenções.“ (www.clinicassinapses.com.br).

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