sábado, 27 abril, 2024
Complexidade desnecessária

Tenho afirmado, recorrentemente, que a principal saída para o Brasil desse marasmo econômico, é a produção, especialmente, se for com alta produtividade, qualidade e bom custo. Indiquei produção e não, retomada da produção, pois entendo que precisamos ultrapassar os níveis anteriores, de forma que o país cresça, recuperando-se, efetivamente e, lá na frente, encontrando lugar de destaque na economia mundial.  Então, pergunto: as empresas são capazes disso? Sem nenhuma dúvida, tanto que uma parte, competente, competitiva e que tem lastro e estrutura, tem-se mudado para o exterior, onde alcança, em regra, sucesso.

   Mas o que dificulta a produção local? Enquanto abrimos uma empresa nos Estados Unidos, em dias, na média, e a partir de informações e algumas declarações do empresário, e baixo custo, no Brasil, não conseguimos cumprir todas as burocracias previstas antes de meses, podendo chegar a semestre ou ano, dependendo do ramo de atividade, mesmo considerando os avanços que tivemos nesse sentido através de medidas do governo passado.

   Para as empresas mais complexas, as que geram mais empregos, são muitas etapas com muita burocracia e alto custo, só para começar a operar!  Como escrevi antes, para as micro e pequenas empresas, o processo já melhorou muito nos últimos anos.

   Se a operação lá fora é segura e simples, aqui é complexa, incluindo exigências que demandam impressionante dispêndio de tempo, energia e dinheiro: a IOB, a Justiça do Trabalho e outros estão aí para mostrar aos contadores e departamentos jurídicos das empresas, as inúmeras modificações periódicas que há no trato trabalhista, tributário e fiscal brasileiro, de forma que no fim desse caminho, ainda há insegurança e erro, a partir da diversidade de interpretações, tanto por parte do setor privado, quanto do próprio setor público: absurdo!

    Fechar empresas é só sofrimento e desalento.  Para mim, por isso tudo não fazer sentido, só pode significar que o sistema não quer um meio empresarial geral seguro, fluente e produtivo! Mesmo com o executivo anterior se esforçando para melhorar o que possibilita a boa produção no Brasil, não conseguiu avançar no tanto que gostaria, esbarrando no legislativo e, também, no judiciário.

O que fazer para que o sistema, como um todo, passe a querer a boa e grande produção dos mais diversos bens, no Brasil?

Leonel Zeferino é empresário.

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