sábado, 5 outubro, 2024
Mogi na rota dodesenvolvimento: entrevista com o prefeito Caio Cunha

Em janeiro de 2021, Mogi das Cruzes, assim como todo o mundo, enfrentava os desafios da Covid-19, que deixou sequelas nas áreas da saúde, da educação, da assistência social, da segurança e do desenvolvimento econômico. Nesse cenário, o Prefeito Caio Cunha assumiu a gestão de uma das mais importantes cidades do Brasil, e se deparou com a iminência de um possível novo aumento do IPTU, derivado do alto custo para manter a cidade funcionando, além da realidade de uma dívida de cerca de R$ 100 milhões ao ano, proveniente de empréstimos realizados no passado. Mas ele decidiu seguir um caminho inovador. Para Caio Cunha, colocar Mogi na rota do desenvolvimento não tem a ver com aumento de impostos, muito pelo contrário: é sobre atrair oportunidades de emprego e renda para os mogianos. Nesta entrevista exclusiva à Revista Opinião, Caio Cunha relata como trabalhou para fazer Mogi das Cruzes mais atrativa para investimentos, além de entregar novas obras nos quatro cantos do município e fazer a cidade referência internacional em gestão excelente com transparência e participação cidadã.

Caio Cunha – prefeito de Mogi das Cruzes


Ao assumir o mandato em janeiro de 2021, qual o cenário real da Prefeitura de Mogi das Cruzes?
Caio Cunha:
Um novo aumento abusivo do IPTU estava prestes a acontecer. O custo da cidade estava mais alto do que a possibilidade de arrecadação. A cidade não tinha poder de investimentos sequer para fazer manutenções básicas e ainda com o peso de pagar R$ 100 milhões por ano, referentes a juros e amortização dos 28 empréstimos realizados pelas gestões anteriores. Tinham sete obras inacabadas e um modelo de gestão ultrapassado e lento. Além disso, estávamos em meio a pandemia do Covid-19.

Mogi sempre foi uma cidade bem avaliada. O que o senhor acredita que fez com que ela chegasse nessa situação?
Caio Cunha:
Não se preocuparam em preparar o município para assumir o custo dos equipamentos públicos que foram construídos. Sem qualquer planejamento, fizeram empréstimos, construíram, aumentaram o custo da cidade e a conta chegou. O aumento abusivo do IPTU em 2017/2018 é fruto disso. Em outras palavras, a sustentabilidade financeira de Mogi das Cruzes a médio e longo prazo ficou em segundo plano, e quem sofreu foi a população.

Você iniciou sua gestão durante a pior fase da pandemia. Como foi estabelecer prioridades durante esse período?
Caio Cunha
: Administrar uma cidade em meio a uma pandemia foi um desafio que somente quem passou por essa experiência tem propriedade para falar. A prioridade de uma cidade são as pessoas. Sendo assim, tudo que foi feito estava direcionado a elas. Além de todo atendimento médico e vacinação em tempo recorde, distribuímos mais de 61 mil cestas básicas e atendemos mais de 1400 famílias pelo quitanda social. Criamos o Auxílio Emergencial Mogiano, pelo qual fizemos aporte financeiro para ajudar famílias em vulnerabilidade e as pequenas empresas. Apoiamos o comércio com capacitação, plataforma on-line e com ações de crédito do SEBRAE.



O pós pandemia foi um grande desafio para o gestor público, com o déficit no ensino, queda na economia e impacto social. Quais foram as ações realizadas para reorganizar a cidade?
Caio Cunha:
Ainda hoje há consequências da pandemia, a qual desarticulou todo o sistema de saúde. Tivemos que fazer mutirões para reduzir a fila acumulada por conta dos dois anos sem poder fazer consultas, exames e cirurgias eletivas. Tinham 10 mil mulheres esperando consulta de ginecologia, trabalhamos com foco nas pessoas e reduzimos muito essa fila. Aumentamos em quase 10 vezes o orçamento da Assistência Social para suprir o aumento de 34% de famílias em vulnerabilidade, criamos mais vagas para creches, aulas de reforço e investimos mais de R$ 30 milhões em segurança.

Como está a saúde financeira da cidade?
Caio Cunha:
A cidade voltou a respirar sem aparelhos. Conseguimos de forma responsável e planejada colocar Mogi na rota do desenvolvimento. Ainda há muitas contas deixadas pela gestões anteriores, que precisam ser pagas. Isso se reflete em muitos índices e apurações, e nós estamos nos guiando por eles para melhorar a situação da cidade. Tanto é que pela primeira vez depois de muito tempo, neste ano atingimos a nota máxima na Capacidade de Pagamento (CAPAG), índice do Tesouro Nacional que avalia a situação fiscal dos entes subnacionais. Agora estamos no caminho certo.

Falando em área fiscal: a cidade congelou o aumento de impostos, a tarifa de transporte público e em alguns setores teve queda de imposto. Essa receita deu certo?
Caio Cunha:
Deu muito certo. Faz quatro anos que não há aumento de imposto em Mogi. Conseguimos reequilibrar a economia da cidade atraindo empresas. Trouxemos mais de 6700 empresas para a cidade e geramos quase 20 mil empregos. Reduzimos o ISS de 5% para 2% para empresas com base tecnológicas. Faz 3 anos que a tarifa de ônibus está congelada. Tudo isso é inédito em Mogi.

O mogiano sempre fala que é necessário investir em Educação, Saúde e Segurança. Quais foram principais realizações nessas áreas?
Caio Cunha:
Hoje nossas crianças têm a mesma oportunidade educacional independente do CEP, onde elas moram. Além da educação e merenda de qualidade, nossos alunos agora tem kit de material escolar e uniforme completo. Entregamos 11 unidades escolares e a Escola Viva Jundiapeba, a primeira escola com piscina de Mogi. Na Segurança, aumentamos o efetivo da GCM, aumentamos o monitoramento por câmeras, adquirimos novas viaturas e armamento, criamos o Canil GCM e implantamos a Muralha Mogiana, a qual identifica todo veículo que passar por nossas dívidas. Tudo conectado ao nosso Centro de Operações Integradas – COI. Já na saúde reduzimos as filas, aumentamos o número de atendimento infantil com o Vagalume, entregamos novas UBS e USF, Novo ÚNICA FISIO, Novo Pro-Mulher, Saúde Mental e atendimento Pós COVID. Em outras áreas, realizamos o maior programa de pavimentação da história da cidade, o Nova Mogi. Também estamos chegando com iluminação de LED nos quatro cantos do município, por meio do Mogi 100% LED. Inauguramos também o PIPAHub, a casa de inovação bem no centro da cidade.


Você foi eleito com um discurso anticorrupção e de mudança na forma de administrar a cidade. Após três anos de mandato, o seu discurso foi colocado em prática?
Caio Cunha:
Com certeza! Criamos a secretaria de Transparência e Dados Abertos e digitalizamos todo o processo de tramitação de documentos, que passa por compliance. Ao contrário de outros momentos, na nossa gestão Mogi não foi notícia nacional de corrupção. Nossa cidade está entre as seis mais transparentes de São Paulo, com Selo Ouro de Transparência.

É visível teu olhar para as mães atípicas e para os indivíduos espectro autista. O que a cidade pode esperar da Escola Clínica TEA?
Caio Cunha:
A nossa Escola Clínica TEA é a maior do Brasil. Graças a um trabalho em conjunto com as mães atípicas, conseguimos idealizar e inaugurar um espaço para o desenvolvimento do autista conforme a sua necessidade, para que assim, eles possam ser inclusos com qualidade. Em pouco tempo já somos referência.

Vamos falar de Causa Animal. É notório que Mogi das Cruzes hoje tem um setor ativo de proteção animal. Foi prioridade da sua gestão?
Caio Cunha:
A prioridade sempre são as pessoas, mas a Causa Animal é uma necessidade. Fizemos mais de 12.500 castrações. Além disso, inauguramos a Clínica Caramelo, aumentamos o espaço do canil, construímos um gatil e criamos o serviço recolhimento animais de grande porte abandonados.

Qual será seu maior legado a frente da Prefeitura?
Caio Cunha:
Ao invés de balcão de negócios, a Prefeitura agora é uma facilitadora do desenvolvimento, com inovação e processos muito mais modernos. Colocamos foco nas pessoas, oferecendo oportunidade e investimento nos quatro cantos da gloriosa Mogi das Cruzes, começando dos bairros mais afastados para o centro da cidade. Além disso, avançamos em Transparência e Participação Cidadã, nos tornando referência mundial nesse tema. Ninguém jamais vai ousar voltar atrás em questões como os melhores kits de uniforme e material escolares da história de Mogi, ou a ampliação do investimento para a Assistência Social. Mogi das Cruzes está mais inteligente, com as contas em dia, com políticas públicas feitas por pessoas e para as pessoas.

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