quinta-feira, 18 abril, 2024
Pai! Feliz dia, filho!

Assim começa o mês de agosto – retorno das férias escolares à espera de um segundo semestre cheio de atividades e trabalhos, que rapidamente se transformam em celebrações de final de ano. Em pouco tempo o ano termina e estaremos tomados pelo conhecido sentimento de nostalgia e pela esperança de renovação.
Agosto, um dos meses mais longos do ano, também é conhecido, logo no seu início, por pessoas em busca de presentes, ou apresentações na escola, em comemoração ao Dia dos Pais. Uma das datas mais prestigiadas no calendário, o Dia dos Pais é celebrado em diferentes meses, em cada país, fazendo sempre referência e homenagem àquele que para muitos, mas não todos, consagra-se como o primeiro herói.
A ideia da primeira comemoração surgiu em 1909, nos Estados Unidos, quando Sonora Louise Smart Dood, filha de um ex-combatente da Guerra Civil Americana, resolveu homenagear seu pai. No entanto, o ato de homenagear e desejar vida longa é muito mais antigo que isso. Elmesu, filho do rei Nabucodonosor, teria moldado o primeiro “cartão” do Dia dos Pais, ainda na antiga Babilônia, em uma placa de argila, desejando sorte, saúde e vida longa.
Em uma sociedade diversa, com estruturas familiares diferentes, precisamos encontrar um equilíbrio nos papéis representados na instituição chamada família, e parar de supervalorizar a figura, trazendo mais consciência sobre os papéis e responsabilidades desempenhados. Somos, constantemente, imersos em um mundo de propagandas, que reforçam estereótipos, que atendem uma maioria, desconsideram uma minoria, e ainda deixam de lado a importância sobre a responsabilidade que a incumbência existe.
Deixemos a figura muitas vezes representada pelo homem provedor de lado e passemos a exaltar o papel – aquele que cuida, que ama, que educa e que provê, mas que pode ser mãe, pode ser avô, tio, tia, irmão, amigo ou qualquer outro que reconheça a importância que se tem de se apresentar como modelo ao apoiar o desenvolvimento do outro.
Independente dos laços de sangue, toda vez que nasce um filho, ou que alguém se torna um filho, renasce também outro ser humano, que se reconstrói a cada momento, que trabalha culpas, que revê seus objetivos e que entende que mais importante que ele é aquele para quem ele deve prover. Prover é se dispor e abster-se do que é necessário, e para isso é preciso maturidade, paciência, flexibilidade e resiliência. Maturidade que se conquista no dia a dia, num exercício constante de equilíbrio, livrando-se de qualquer culpa e entendendo que querer cuidar do outro exige aprendermos a cuidar de nós mesmos. Paciência, pois não se trata de entregas, metas, conquistas ou de resultados imediatos, mas sim de uma construção conjunta que exige assumir responsabilidade e que inclui aprender a tomar decisões difíceis e encontrar diferentes maneiras de agir. Não é sobre definir caminhos, mas sobre guiar e ensinar a escolher.
Flexibilidade, pois com cada pai nasce um milhão de expectativas e, ao mesmo tempo que queremos cuidar e proteger, precisamos fortalecer, envolver, disciplinar e cultivar sonhos que não são nossos. Resiliência, pois não se trata de um projeto seu e, embora faça parte do seu legado, é sobre a capacidade de transformar e ajudar o outro a realizar.
Que neste Dia dos Pais reflitamos sobre os papéis que são desempenhados por cada um para fazer esse amor, de verdade e incondicionalmente, acontecer. Que sejamos capazes de assumir nossas responsabilidades e sejam eles (ou elas) bravos, sorridentes, justos, metódicos, sistemáticos, doces, brincalhões, fica nossa homenagem para todos que assumem esse compromisso, e nossos desejos, escritos em argila, no papel ou no coração – de sorte, saúde e vida longa, mas, principalmente, votos sinceros para a construção de uma relação de prosperidade, cumplicidade, idoneidade e fraternidade.

Richard Debre, professor, educador, empresário, consultor, sonhador.

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