sexta-feira, 19 abril, 2024
Estimulação Precoce – O que é?

O desenvolvimento infantil, atualmente, é compreendido em uma perspectiva dialética, que enfatiza a interconexão do indivíduo (características pessoais) e do contexto (ambiente em que vive e tipo de estímulos que recebe). No âmbito individual, o desenvolvimento é entendido como um processo dinâmico e complexo, que envolve um progresso contínuo e que pode variar na sequência e no tempo de aquisição de cada habilidade específica em comparação com seus pares.
Essas habilidades são definidas como marcos do desenvolvimento e incluem comportamentos ou habilidades cognitivas, emocionais, motoras e linguísticas que servem como pontos de checagem do desenvolvimento típico das crianças em uma determinada idade.
A aquisição progressiva dessas habilidades somadas à maneira como o ambiente em que vive a estimula e permite a livre exploração das crianças é que vai determinar sua autonomia e independência durante todo o seu desenvolvimento.Se o surgimento da habilidade da criança é significativamente mais lento do que a média, é considerado que ela apresenta um atraso no desenvolvimento. Quando os atrasos afetam todos os domínios do desenvolvimento que comentamos anteriormente, considera-se que a criança apresenta um atraso global, sugestivo de maior gravidade. Esse tipo de atraso representa um risco ao desenvolvimento infantil e pode ser sugestivo de vários transtornos, incluindo neurodesenvolvimentais, genéticos e neuropsiquiátricos.
A detecção precoce dos atrasos é fundamental, já que, com a intervenção adequada, a criança pode ter uma recuperação significativa dos prejuízos do desenvolvimento devido à maior plasticidade cerebral nessa etapa da vida.
Nesses casos, a estimulação precoce, ou seja, a estimulação profissional intensiva de todos os aspectos em atraso tona-se fundamental para um bom prognóstico, especialmente durante a primeira infância, quando o desenvolvimento e a neuroplasticidade são muito maiores.
Atualmente não se acredita mais em: “Cada um tem seu ritmo, espera que ele vai se desenvolver em algum momento, não se preocupe”. Hoje existem inúmeros recursos para ajudar as crianças a se desenvolverem, principalmente após a escassez de estímulos e o isolamento social causados pela pandemia da covid-19 nas nossas crianças. Não deixe para depois.

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Luciana Garcia de Lima é psicoterapeuta cognitivo-comportamental (UMC e ITC), com formação em Terapia ABA (Gradual) especialista em Psicopedagogia (PUC-SP), Neuropsicologia e Reabilitação Neuropsicológica (HC-FM-USP) e Avaliação Psicológica (IPOG). Especializanda em Neurologia Clínica e Intensiva (Einstein). Mestre em Semiótica, Tecnologia da Informação e Educação (UBC). Doutoranda em Neurologia Infantil (HC-FM-USP). Atua em grupo de pesquisa em Neuropediatria voltado para TDAH e Autismo (HC-FM-USP) e é autora dos livros “A negação da Infância” e “Autismo: práticas e intervenções.“ (www.clinicassinapses.com.br).

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